Meta(o)dologia 1 - Reconhecimento e Apropriação

Reconhecimento e Apropriação 

Quando pensei em fazer uma mediação no ambiente virtual do blog, me veio a dúvida primeira sobre o que mediar, e pra quem. A primeira me leva a segunda na medida em que tive que vasculhar na mente, no corpo o que estava me afetando. O Véio me veio por meio da figura criada por Josué de Castro em "Homens e Caranguejos", e também veio como o cantar num sertão (mesmo que a geografia se distancie), como árvore que abriga gente dentro de si (trazendo Manoel de Barros e suas pequenezas). A partir daí o objeto me levou ao remetente. Eu ia tentar mediar o Véio para mim. E enquanto refletia como cheguei nele, tentei criar a racionalização do processo que me levou até ele, como método da mediação. Me aproximei porque vi, e porque narrei. Então já tinha um sentido escolhido.
A partir daí, fui buscar o ferramental para abordagem. Lembrei de um texto no Caderno de Mediação, da 8ª Bienal do Mercosul que falava sobre a mediação centrada no objeto e os estágios de observação da arte, bem como as estratégias do pensamento visual de Abgail Housen, explorados por Danielle Rice e Philip Yenawine. Nesse artigo os autores discutem quais estágios de observação queremos atingir ao mediado, a partir da estratégia proporcional. Defini então, que eu queria atingir o estágio inciante, pois identifiquei, que em relação a essa obra, eu estava no estágio iniciante. 
Busquei compreender como a aproximação tinha me feito compreender o artista e sua obra. Só depois dessa reflexão primária fui atrás de informações sobre o artista e sua produção, contexto e recepção. A surpresa foi a aproximação idêntica. O que foi produzido como crítica ao artista e sua obra, se aproximava muito das reflexões primárias que tinha feito sobre o objeto. Esse ponto me fez repensar se eu estava mesmo no estágio iniciante. Depois de refletir cheguei a conclusão que sim, pois esses contextos são quase imediatos dentro de um repertório, mesmo que ele seja variável. E não por causa da forma, mas talvez pelo material madeira e as cores.
Com isso, me levei aos rascunhos mais uma vez, para entender qual a forma que daria para esse exercício. Expunha a mediação concluída ou expunha o método? Conclui que o teste era também a mediação, por isso met(a)odologia. Resolvi apresentar primeiro o método, como forma de criar um exercício, ainda que inconsciente no leitor, e depois o resultado do método em mim.
A grande dificuldade encontrada era saber onde parar e porque parar? Voltei no método e sugeri que o leitor, o mediado, caso queira, continue. E expus a minha reflexão se já era suficiente pra mim o lugar em que tinha chegado com o exercício.
Ainda não sei se essa met(a)odologia vai servir para outros objetos e outras abordagens. Também não é certo de que forma essa mediação será exposta, como as informações serão adicionadas para o leitor e como o universo formal de possibilidades adentram o universo mediativo pela virtualidade. Por hora, esse exercício se encerra na escrita. Pode ser que ela retorne em outros processos.


Para ver a mediação da obra de Véio clique aqui

Referências diretas

Josué de Castro. "Homens e Caranguejos".

Manoel de Barros. "Meu quintal é maior que o mundo: Antologia"

RICE, Danielle; YENAWINE. "Uma conversa sobre a aprendizagem centrada no objeto em Museus de Arte". In: Caderno de Mediação / Organização Pablo Helguera; tradução de Camila Pasquetti, Clara Meirelles, Gabriela Petit, Mônica Ho! e Natália Lucas. Porto Alegre: Fundação Bienal do Mercosul, 2011.

Reflexões Primárias

(construindo a metadologia e já sendo mediada por ela) 

- O sertanejo entre água e lama (referência Josué de Castro "Homens e Caranguejos")
- A madeira que se mostra como imagem
- É necessário mini bio do artista??
- Vai ter som?
- Que tipo de mediação? Lúdica? Técnica? Explicativa? Emotiva?
- Seres imaginários
- “Livro dos Seres Imaginários”. Borges
- “Meu quintal é maior que o mundo: Antologia”. Manuel de Barros
- “Homens e Caranguejos”. Josué de Castro 

Reflexões Secundárias

“Uma conversa sobre a aprendizagem centrada no objeto em Museus de Arte”. Caderno de Mediação. 8ª Bienal do Mercosul

Abgail Housen e os estágios de observação da arte e estratégias do pensamento visual. Não li o texto porque está em inglês, mas no caderno de mediação tem uma explicação rasa, mas suficiente.

Referências sobre o artista e obra

https://www.bolsadearte.com/oparalelo/veio-na-gustavo-rebello (acesso em 04/05/2020)
http://www.galeriaestacao.com.br/artista/7#prettyPhoto[GalArtista]/55/ (acesso em 04/05/2020)
https://issuu.com/galeriaestacao/docs/cata__logo_-_ve__io_rj_2017_-_alta
(acesso em 04/05/2020)
VÉIO . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: . Acesso em: 04 de Mai. 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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