Sem Título 4, 2014. Éder Oliveira. (3)

Sem título 4, 2014

Óleo sobre tela, 160x160cm.

Meta(o)dologia 3 - Observações, por meio dos contextos, para retratos.


1. Quem (não) merece o retrato?

2. Quem é (ou pode ser) essa pessoa?


Nota de contexto - pergunta 1:
“O retrato é um gênero na pintura, ou na fotografia onde a intenção é descrever um sujeito humano. Os retratos frequentemente constituem importantes registros. Historicamente, as pinturas de retratos representam os ricos e poderosos. Ao longo do tempo, no entanto, tornou-se mais comum para os mecenas de classe média encomendar retratos de suas famílias e colegas. Hoje, as pinturas de retratos ainda são encomendadas por governos, corporações, grupos, clubes e indivíduos. Além da pintura, retratos também podem ser feitos em outras mídias, como litografia e fotografia.” (https://pt.wikipedia.org/wiki/Retrato. acesso 18/05/2020)

Nota de contexto - pergunta 2:

35.783 jovens assassinados em 2017;
75,5%das vítimas de homicídio no Brasil em 2017 eram negras;
De 2007 a 2017: A taxa de homicídio de negros cresceu 33,1%, a taxa entre os não negros cresceu 3,3% (onde estão as estatísticas que enquadrariam o menino do retrato?);
Taxa de homicídios em 2017 no Pará, segundo o Ipea: 54,68.
Pelo relatório de 2017 da organização civil mexicana, Conselho Cidadão para a Segurança Pública, Justiça e Paz, Belém é a 10ª cidade mais violenta do mundo, com taxa de 71,38.

Sábado foi o dia com maior frequência de homicídios.

Fontes: http://www.forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2019/06/Atlas_2019_infografico_FINAL.pdf
https://exame.com/mundo/as-cidades-mais-violentas-do-mundo-em-2017/)

Nota de contexto geral - Mini-bio do artista:

Nascido em 1983, em Timboteua, região do Salgado paraense. Licenciado em Educação Artística - Artes Plásticas pela Universidade Federal do Pará. Pintor por ofício, desde 2004 desenvolve trabalhos relacionando retratos e identidade, tendo como objeto principal o homem amazônico. Trabalha e vive em Belém. “Segundo Éder, seu trabalho fala sobre identidade cultural, onde ele investiga um povo específico — no caso, o povo amazônico — e tenta entrar em questões raciais e etnológicas de como se constrói a imagem dessa população. Há uma utilização mais humana em como os anônimos são representados, valorizando as expressões, a tez e traços étnicos, mesmo quando pintados em monocromático. “É preciso pensar não o fato criminal, o acontecimento ou uma pessoa específica, mas como se aquela imagem fosse uma amostragem de um todo”, explica o artista.” 

Fontes:
http://www.ederoliveira.net/sobre
https://www.usp.br/espacoaberto/?materia=por-tras-de-retratos-anonimos)

3. Pergunta pós-contexto: você conhece essa pessoa do retrato?


Resultado do exercício a partir dos contextos

Processo 1 -
O sujeito do retrato destoa do sujeito historicamente retratado, principalmente pela pintura. Me surge uma pergunta, porque ele está sendo retratado?

Processo 2 -
Ele tem uma feição profunda, um olhar que tenta dizer algo. Mas também uma face quase tranquila.Ele é um menino afro-indígena, porém de pele clara, uma pele que se mostra confusa na sociedade. Ele procura alguma coisa? Não sei dizer. Ele é o sujeito que morre? 

Processo 3 - Sim eu conheço essa pessoa. Eu sei quem morre. Eu conheço várias pessoas como essa pessoa. 

Para ver o processo de criação dessa mediação clique aqui

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